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A Vida de Duque de Caxias

Publicado: Quinta, 23 de Agosto de 2018, 11h49 | Última atualização em Segunda, 04 de Fevereiro de 2019, 16h53 | Acessos: 4274
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Militar Fluminense (1803-1880)
Chefiou as forças brasileiras na Guerra
do Paraguai e recebeu do Imperador
Dom Pedro II o maior titulo de nobreza
dado a um brasileiro.

TESTAMENTO DE CAXIAS

Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25 de agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro quando o Brasil era Vice Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.

Em 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, Luis Alves é titulado Cadete de 1ª Classe, aos 5 anos de idade. Sabe-se que estudou no convento São Joaquim, onde hoje se localiza o Colégio D. Pedro II, no centro da cidade e próximo do Quartel do Campo de Santana que ele viu ser construído e que hoje é o Palácio Duque de Caxias, onde está instalado o Comando Militar do Leste.

Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde egressou, promovido a Tenente, em 1821, para servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército do Rei. Coube ao Tenente Luis Alves de Lima e Silva receber, na Capela Imperial, em 10 de novembro de 1822, das mãos do Imperador D. Pedro I, a bandeira do Império recém-criada. No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde pacificaria movimento contra a independência comandado pelo General Madeira de Melo. No retorno dessa campanha, recebeu o título que mais prezou durante a sua vida - o de Veterano da Independência.

Em 1825 iniciou-se a campanha da Cisplatina, o então Capitão Luis Alves desloca-se para os pampas, junto com o Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como comandante e líder o fazem merecedor de várias condecorações e comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de Major. Em 6 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o Major Luis Alves casava-se com a senhorita Ana Luisa de Loreto Carneiro Viana que contava, na época, com dezesseis anos de idade.

Em 1837, já promovido a Tenente Coronel, Caxias é escolhido "por seu descortino administrativo e elevado espírito disciplinador" para pacificar a Província do Maranhão, onde havia iniciado o movimento da Balaiada. Em 2 de dezembro de 1839 é promovido a Coronel e, por Carta Imperial, nomeado Presidente da Província do Maranhão e Comandante Geral das forças em operações, para que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade.

Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de Barão de Caxias. Em 1841, Caxias é promovido a Brigadeiro e, em seguida, eleito unanimemente, deputado à Assembleia Legislativa pela Província do Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de Comandante das Armas da Corte.

Em maio de 1842, iniciava-se um levante na Província de São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal. D. Pedro II, com receio que esse movimento viesse fundir-se com a Revolta Farroupilha que se desenvolvia no sul do Império, resolve chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o Brigadeiro Lima e Silva é nomeado Comandante-chefe das forças em operações da Província de São Paulo e, ainda, Vice-Presidente dessa Província. Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o Governo, temendo que a Província de Minas Gerais se envolvesse na revolta, nomeia Caxias como Comandante do Exército pacificador naquela região, ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro a revolta estava abafada e a Província pacificada.

No dia 30 de julho de 1842, "pelos relevantes serviços prestados nas Províncias de São Paulo e Minas", é promovido ao posto de Marechal-de-Campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade. Em 1º de março de 1845, é assinada a paz dando fim à revolta farroupilha. Com justa razão, o proclamam não só Conselheiro da Paz, senão também - o Pacificador do Brasil. Em 1845, Caxias é efetivado no posto de Marechal-de-Campo e é elevado a Conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado pela Província que pacificara há pouco, para Senador do Império.

Em 5 de setembro de 1851, Caxias adentra o Uruguai, batendo as tropas de Manoel Oribe, diminuindo as tensões que existiam naquela parte da fronteira. Em 1852, é promovido ao posto de Tenente-general e recebe a elevação ao título Marquês de Caxias. Em 1862, foi graduado Marechal-do-Exército, assumindo novamente a função de Senador no ano de 1863. Em 1865 inicia-se a Guerra da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano Lopez. Em 1866, Caxias é nomeado Comandante-chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que foi efetivado Marechal-do-Exército.

Em 1869, Caxias tem seu título nobiliárquico elevado a Duque, mercê de seus relevantes serviços prestados na guerra contra o Paraguai. Eis aí um fato inédito, pois Caxias foi o único Duque brasileiro. Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros. Já com idade avançada, Caxias resolve retirar-se para sua terra natal, a Província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", hoje Juparaná, próximo à Vassouras.

No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão. Em 25 de agosto de 1923 ,a data de seu aniversário natalício passou a ser considerada como o Dia do Soldado do Exército Brasileiro, instituição que o forjou e de cujo seio emergiu como um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Ele prestou ao Brasil mais de 60 anos de excepcionais e relevantes serviços como político e administrador público. Em mais uma justa homenagem ao maior dos soldados do Brasil, desde 1931 os Cadetes do Exército da Academia Militar das Agulhas Negras, portam como arma privativa, o Espadim de Caxias, cópia fiel, em escala, do glorioso e invicto sabre de campanha de Caxias que desde 1925 é guardado como relíquia pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a que o Duque de Caxias integrou como sócio Honorário a partir de 11 de maio 1847.

O Decreto do Governo Federal, de 13 de março de 1962, imortalizou o nome do invicto Duque de Caxias como o Patrono do Exército Brasileiro. Atualmente, os restos mortais do Duque de Caxias, de sua esposa e de seu filho, repousam no Panteon a Caxias, construído em frente ao Palácio Duque de Caxias, na cidade do Rio de Janeiro.

 

Aspectos da Personalidade do Duque de Caxias

1. Possuidor de inteligência realista de homem de ação;

2. Tudo nele era lucidez, precisão, justeza, objetividade e imaginação concreta e realista;

3. Refratário a sonhos, fantasias e a planejar sobre irrealidades;

4. Possuía um temperamento equilibrado e sólido, calmo e saudável de nervos;

5. Possuía emotividade controlada, sem exageros ou desequilíbrios afetivos de qualquer espécie;

6. Não lhe faltava coragem física que até lhe sobrava;

7. Possuía visão clara da natureza humana e o dom de perceber as qualidades dos líderes que enfrentara ou das populações que se propunha pacificar ou em seu seio exercer comandos;

8. Possuía a intuição apreendida de um psicólogo realista, com a compreensão exata e realista da psicologia dos grupos (dir-se-ia hoje ser possuidor de elevado índice de inteligência emocional); e

9. Nenhum detalhe escapava ao seu senso observador. Caxias, tendo tudo nas mãos e podendo ser tudo, foi o mais modesto dos heróis, o mais obediente dos cidadãos.

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